Os turistas que estão em Salvador se mostram preocupados com a realização do carnaval, que começa na próxima quinta-feira (16). E a pergunta que todos fazem é: haverá segurança suficiente durante a festa?
O Farol da Barra, que é um dos maiores pontos turísticos de Salvador, estava praticamente vazio nesta quarta-feira (8).”A gente fica triste com essa situação. Estamos na rua, mas com muito medo. Estou acompanhado todas as notícias e na torcida para que essa situação seja logo resolvida”, comentou Fernanda Tirloni, natural de Soledade, no Rio Grande do Sul. que veio comemorar o noivado com o jogador de futebol Kael Tirloni.
Já as amigas de São Paulo, Júlia Barbosa e Deuziana Moreira desembarcaram hoje de um cruzeiro e afirmam. “É um absurdo uma cidade tão encantadora como Salvador estar passando por uma situação como essa nas vésperas do Carnaval”, disse Júlia. “Uma outra amiga nossa preferiu ficar no navio por conta do medo”, completou a paulista Deuziana.
Mais preocupada ainda está Anna Giovanna Camilo, de João Pessoa. Já gastou mais de R$ 1,8 mil entre hospedagem, passagem aérea, abadás e camarotes para a festa. “Fomos surpreendidos com essa greve. Agora eu torço para que a situação não se agrave e que a gente possa sair com segurança na rua nos dias de Carnaval”.
Programada para ficar 19 dias em Salvador, a estudante conta que já pensa, inclusive, em mudar o roteiro. “Se a greve continuar, cogito a possibilidade de ir para Olinda e pedir reembolso pelo menos dos abadás e camarotes”, afirmou.
A advogada Débora Ferreira, de Fortaleza, disse que se programou para o Carnaval desde o ano passado. “Ano passado foi o meu primeiro Carnaval em Salvador, gostei tanto que abri mão da minha festa de formatura para voltar este ano”, revelou. Depois de comprar abadás dos blocos do Eva e do Camaleão, ela conta que está com medo do prejuízo.
“Já gastei mais de R$ 2,5 mil. É muito chato. A gente cria uma expectativa e fica essa incerteza”. Questionada se também abriria mão da folia baiana, ela responde: “Desistiria com muita tristeza. Se o Carnaval com policiamento já é um tanto perigoso, imagina sem, minha vida vale muito mais que um Carnaval”.
Reunião
Durante toda a tarde desta quarta, representantes de associações que organizam o Carnaval de Salvador fizeram três reuniões para definir o rumo da festa. O presidente do Conselho Municipal do Carnaval, Fernando Bulhosa, disse que a folia está garantida e que espera contar com o apoio do governo estadual no que diz respeito ao policiamento.
“Vamos fazer o nosso papel, que é botar o Carnaval na rua. A segurança do evento é responsabilidade do Governo e esperamos que ele cumpra com essa parte”, frisou. Questionado sobre se a greve da Polícia Militar continuar até o Carnaval, o presidente apenas disse: “Vocês da imprensa é que têm que cobrar essa respostas do Governo, o nosso papel estamos fazendo, que é fazer o Carnaval. Os camarotes estarão abertos na quinta (16), os artistas já estão prontos para desfilar”, completou.
Já o secretário de Comunicação do Estado, Robinson Almeida, que tentou fugir da imprensa ao sair correndo pelos corredores do Hotel Othon, limitou-se a dizer que o governo dará o apoio necessário para que o Carnaval seja realizado. “Este assunto ainda não foi tratado. Não tenho como dizer de que forma isso será operacionalizado”.
Ao final do dia, entidades de classes e órgãos ligados à folia baiana enviaram carta aberta à população. Informações do Jornal do Commercio.