Ele disse que vários operadores do Porto de Ilhéus viram a cena. Um homem que não quer ser identificado disse que quem estava no cais não pôde fazer nada. “Eu vi o africano sendo espancado e fiquei bastante indignado com tudo isso”, disse. Ele não viu o segundo africano, mas disse que trabalhadores que tiveram acesso ao porão, viram. “Ele tem aproximadamente 15 anos”, contou.
Segundo a Polícia Federal os dois africanos continuam no navio sob a responsabilidade do comandante. Só a partir de segunda-feira (26) é que a Justiça Federal de Ilhéus deve dar uma decisão sobre o caso. Ainda segundo a PF, o Consulado de Gana já foi comunicado.
A previsão inicial é de que o navio permaneça em no sul da Bahia até quarta-feira (28). A embarcação, que está carregada de cacau, chegou na terça-feira, mas só na sexta-feira (23) os tripulantes descobriram os dois homens clandestinos, que são da República do Gana e embarcaram na Costa do Marfim.
A delegada federal Denise Dias ouviu o comandante e os africanos e disse que não houve agressão. O homem que aparece nas imagens foi contido pela tripulação porque, segundo a delegada, ele tentou fugir.Os dois devem ser extraditados para a República do Gana, enquanto isso, eles permanecem no navio sob a responsabilidade do comandante. Por se tratar de um navio estrangeiro, só podem ter acesso pessoas autorizadas pelo comandante ou representantes de órgãos federais.
Entenda o caso
Dois homens de origem africana foram descobertos escondidos no convés de um navio de carga na manhã de sexta-feira (23), de acordo com a Polícia Federal em Ilhéus, região sul da Bahia.
O flagrante foi feito pelos tripulantes da embarcação, destinada ao transporte de cacau, e que já estava atracada no porto da cidade desde terça-feira (20).
Segundo a delegada federal Denise Cavalcanti, eles viajaram sete dias da África até a Bahia de modo clandestino, já que não possuem autorização legal. Eles são da República do Gana, mas iniciaram viagem a partir da Costa do Marfim. A polícia não tem conhecimento, até o momento, sobre a motivação da viagem. Um funcionário do porto afirma que são três africanos, em vez de dois, mas a polícia não confirma esta informação.
Os procedimentos judiciais para a deportação já foram abertos na Vara Federal, em Ilhéus, e só devem ser continuados na segunda-feira (26). Enquanto os trâmites são providenciados, eles ficam dentro da embarcação, custodiados pelo comandante. “O processo é complexo, tem uma parte administrativa e outra jurídica. Eles ficam aqui sob responsabilidade da companhia marítima, que deve fornecer a vigília, até que os procedimentos sejam resolvidos. Por enquanto, não há prazo”, explica a delegada. Informações do G1.
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