Educação & Cultura

Elomar, Xangai e Targino Gondim abrem Culturas dos Sertões no TCA

Juntam-se a ele nomes como Xangai, Targino Gondim, Gereba, Cicinho de Assis e Carlos Pita. Com direção artística do maestro e instrumentista João Omar, 42,  filho de Elomar, o Baião de Nóis marca a abertura da Celebração das Culturas dos Sertões, promovida pela Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). O evento prossegue em Feira de Santana, de amanhã  até o dia 9.

A programação conta com  debates, exposição, exibição de filmes e termina com nova apresentação do Baião de Nóis (ver box). “Não tinha sentido fazer um evento sobre a cultura dos sertões na capital. Nós queremos descentralizar essa discussão”, explica o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim.

 

Parteira 

O legado de Gonzagão é, sem dúvida, de extrema importância para a cultura sertaneja. E é com uma celebração à sua obra que o show de hoje começa. O repertório contempla, ainda, momentos dedicados aos vaqueiros, ao cancioneiro popular nordestino, à cidade de Canudos e ao São João.

A orquestra, que acompanhará os artistas, é formada por instrumentos característicos do forró, como zabumba, triângulo e sanfona. “É uma espécie de orquestra de rádio, que fazia as gravações dos forrós antigamente. Introduzi um naipe de rabecas, para dar uma novidade aos arranjos”, conta João Omar.

No cenário, baseado em elementos como terra e couro,  feito por Raimundo Áquila, os atores Cláudia Di Moura e Vitório Emanuel interpretam personagens que costuram e conduzem as músicas.

A primeira vive Samarica Parteira, do repertório de Luiz Gonzaga. Já o segundo encarna Bernardino de Bendegó, menino que viu um meteorito cair em Canudos, em 1874.

Seca

Cada artista foi escolhido a partir da contribuição com a temática em evidência. “Uma das vertentes importantes da diversidade cultural da Bahia são as culturas do sertão. Reunimos um conjunto grande de pessoas que são envolvidas com elas”, explica Albino Rubim.

Targino Gondim, por exemplo, é “sanfoneiro, cantador, de uma linha extremamente autêntica”, nas palavras de João Omar, natural de Vitória da Conquista.  Sobre Elomar, não esconde a admiração: “Meu pai é vida e obra dedicada ao sertão. É um dos pilares da cultura nordestina, não poderia faltar de jeito nenhum”, elogia.

Quem quiser conferir o Baião de Nóis basta trocar um quilo de feijão e outro de arroz pelo ingresso, na bilheteria do TCA. O montante arrecadado vai ser encaminhado às populações atingidas pela seca.

“Minha região está passando maus bocados com a seca. É uma realidade. Não é só poesia e arte, né. O sertão é também essa vida severina que nos assola”, reflete João Omar. Informações do Correio. 

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