A primeira informação divulgada dava conta de que o PDT decidira lançar candidatura própria, o que não é verdade. De acordo com Carlos Lupi, o que ficou decidido é que o partido deverá participar da Chapa Majoritária, seja com candidato a prefeito ou a vice.
Assim, não está descartado que o partido brizolista terá candidato próprio. “Tudo dependerá das negociações que serão feitas, preferencialmente com os partidos da base aliada do governador Jaques Wagner”, ponderou Lupi.
Decisão Salomônica
Ao tomar a decisão, de disputar a eleição integrando uma chapa majoritária, a direção do PDT busca evitar o racha entre os principais cardeais do partido e empurra a questão para os outros partidos que desejam coligação com os trabalhistas.
Efeito Pelegrino
Vale ressaltar que o deputado federal Marcos Medrado, quando retirou a sua candidatura, insinuou que o PT de Nelson Pelegrino teria oferecido a vaga de vice para ele. Pelegrino não confirmou nem negou esta possibilidade.
De todo modo, ele conta, dentro da legenda, pelo menos com o apoio do próprio Medrado, do deputado estadual e Presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, e do Secretário da Administração Prisional, Nestor Duarte. Na esfera municipal o petista conta com o apoio do vereador Odiosvaldo Vigas.
Assim, se o PT concordar com as exigências ou decisão dos trabalhistas, haverá coligação. Caso não concorde, não haverá acordo e o PDT ficará livre para fazer outras composições.
Lídice pode embolar
Especulações que dominam a política soteropolitana afirmam que a senadora e ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata (PSB), vai embolar ainda mais a sucessão municipal caso lance a sua candidatura. Ela já tem o aval do presidente do seu partido, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, e não conta com objeção por parte do governador Jaques Wagner, que, segundo a imprensa, teria “lavado as mãos”.
Assim, só depende dela e do seu partido a decisão. É possível que a decisão salomônica de Lupi tenha levado em conta este novo cenário, ou seja, a coligação com os socialistas é mais que uma possibilidade. Afinal 2014 é logo ali.
Felix Júnior surge como opção
A decisão da Executiva estadual também levou em conta um fenômeno interno: a liderança do deputado federal Felix Junior. Embora esteja no primeiro mandato e há pouco mais de três anos na legenda, ele caiu nas graças de importantes lideranças nacional do partido ao apresentar projetos e proposições importantes na Câmara federal.
Félix recebeu de imediato o apoio do líder do partido na Câmara, deputado André Figueiredo à sua pré-candidatura a prefeito de Salvador.
Na Bahia ele conta com a simpatia e apoio do presidente Alexandre Brust, dos deputados estaduais Euclides Fernandes e Roberto Carlos, e do vereador Gilberto José. Além disso, Felix é nome preferido dos militantes do partido para encabeçar a chapa nas eleições de outubro.
Percebe-se, enfim, que não foi das mais fáceis a decisão dos brizolistas. Como bom aluno de Brizola e raposa velha da política brasileira, Lupi preferiu preservar a unidade do PDT: transferiu para os outros partidos da base o ônus ou bônus da escolha. Se lhe derem a vice, fecha o acordo; se negarem, sai com candidato próprio.
Por Desidério Melo e Evandro Matos