História

Mito: Há 23 anos o Nordeste chorava a morte do forrozeiro Luiz ‘Lua’ Gonzaga

Luiz Gonzaga do Nascimento, também conhecido como Rei do Baião, morreu em Recife (PE) no dia 02 de agosto de 1989, após passar vários dias no hospital.

 

O seu corpo foi levado de avião para Juazeiro do Norte, no Ceará, a terra de Padre Cicero, que ele tanto venerava, e depois voltou para Exu, a sua terra natal, em Pernambuco, onde foi velado e sepultado.

 

De todo o Nordeste vieram caravanas de fãs e amigos para a despedida de Gonzagão, que tanto fez pela região. Filho de Januário e Santana, seu legado é imenso e ficará por longos anos na memória dos artistas de do povo brasileiro.    

 

História

 

Luiz Gonzaga do Nascimento foi um dos mais completos e inventivos personagens da música popular brasileira. Alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, Gonzaga cantava acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo. O rei do baião cantava a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado.

O genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca (1947), Siridó (1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Giló (1949) e Baião de Dois (1950). A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

No começo da carreira, seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe , um tema de sabor regional, de sua autoria.

O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco. Em 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.

Em seguida veio sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Foi lá que conheceu o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi do contato com este artista que surgiu a ideia de Luiz Gonzaga apresentar-se vestido de vaqueiro – figurino que o consagrou como artista. Gonzaga sofria de osteoporose, Morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. 

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