Quero registrar publicamente, mais uma vez, o meu repúdio a esse ato bárbaro de violência e crueldade, mas quero, também, ressaltar que esse é um ato de machismo, fomentado e estimulado por essa cultura de baixaria e desvalorização da mulher.
O que podemos esperar de pessoas que compõem e cantam uma música na qual se fala em espancar uma mulher, senão atitudes de violência?
Esse triste fato só veio provar que um homem que, em suas músicas, trata uma mulher como mero objeto sexual, que ele usa e abusa para satisfazer as suas vontades, leva esse comportamento para fora dos palcos. Foi o que eles fizeram com essas meninas: trataram como se elas fossem apenas objetos sexuais deles.
Não podemos, por outro lado, restringir o problema aos integrantes da banda. Embora eles tenham executado o estupro, como o laudo confirmou, há outros culpados pelo sofrimento dessas adolescentes: todos que participam da produção e divulgação desse tipo de cultura musical, desde o produtor da banda, até o responsável pela contratação deles para a micareta.
A lei Antibaixaria (Lei 12.573/2012) veio para coibir esse tipo de manifestação, não à fim de censurar os compositores, como foi dito por alguns, mas para proteger nossas meninas e mulheres desse tipo de ação. Precisamos fortalecer a Lei e a cultura Antibaixaria para impedir que barbaridades como essas voltem a acontecer.”
Deputada Luiza Maia