Com início marcado para a próxima segunda-feira (05), o julgamento do ex-jogador da seleção brasileira, Daniel Alves, começa a ser desenhado pela Justiça da Espanha. Os juízes de Barcelona optaram por tornar a audiência pública, negando os pedidos do Ministério Público e dos advogados de defesa da vítima para que o julgamento fosse privado.
Contudo, a medida não contempla o depoimento da jovem, que será realizado ‘a portas fechadas’, com o intuito de preservar a sua identidade. Daniel Alves responde pelo crime de estupro contra uma mulher de 23 anos, na capital espanhola e está preso desde o mês de janeiro do ano passado.
A decisão sobre o depoimento privado ocorreu após a mãe do ex-jogador, Lúcia Alves, usar suas redes sociais para questionar o caso e expor fotos da jovem em momentos com amigos. Mesmo pública, ainda assim a audiência terá algumas restrições. Profissionais da imprensa, por exemplo, não poderão realizar gravações, nem fazer fotos da vítima, familiares ou testemunhas dela.
E, apesar de ter gravação própria da audiência por medidas de segurança, o Tribunal concordou em captar as imagens e o áudio com alterações que dificultem a identificação da vítima, para o caso de vazamento de dados oficiais.
A decisão também exige que o Ministério Público, testemunhas, advogados e peritos não se refiram à jovem por seu nome ou apelido; apenas a tratem como “denunciante”. Em 31 de dezembro de 2022, mesmo dia em que o abuso teria ocorrido, quando foi à polícia, a vítima manifestou preocupação em ter a identidade e informações pessoas expostas.
Os magistrados compreendem que, devido a repercussão do caso, a quantidade de informação e o impacto midiático, os efeitos da exposição podem vitimar a jovem com a perda de sua privacidade.
(Fonte: O Globo)