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Ex-deputada federal Manuela D’Ávila anuncia saída do PCdoB após 25 anos; confira

Ex-deputada federal foi vice de Fernando Haddad na disputa à Presidência em 2018, e chegou ao segundo turno na eleição de 2020 em Porto Alegre contra Sebastião Melo / A ex-deputada Manuela d’Ávila 13/08/2018 — Foto: Marcos Alves / Agencia O Globo

A ex-deputada federal Manuela D’Ávila declarou ser uma “mulher sem partido” após 25 anos de filiação ao PCdoB. A afirmação foi dada durante a participação de um debate promovido na última quarta-feira sobre o futuro da esquerda no Brasil pelo ICL.

— Depois de 25 anos num único partido, eu não sou uma mulher sem partido por opção, eu sou por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir. Esta é minha reflexão individual e coletiva daqueles que militam comigo — disse a ex-parlamentar, que analisava a crise das legendas de esquerda nos últimos anos — Hoje sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles.

No debate, Manuela respondia a uma questão sobre criar um novo partido de esquerda. Ativista, jornalista, escritora e empresária, Manuela D’Ávila foi vereadora, deputada federal e estadual pelo PCdoB. Em 2018 assumiu como vice na chapa à presidência de Fernando Haddad (PT), quando Lula foi impedido de participar da disputa. Os dois foram derrotados por Jair Bolsonaro.

Ao longo da sua fala na última quarta-feira, a jornalista destacou críticas que recebe dentro da esquerda sobre a posição que deve ser tomada contra o bolsonarismo.

— O mínimo é o direito de debater com franqueza. Sinto certa obstrução. Cada vez que a gente abre uma mesa sobre como avançar na esquerda, a gente escuta: “Opa, estão ajudando o Bolsonaro.” Eu não tô. Quem nós nos tornamos nesse mundo em crise? Nos tornamos defensores de uma certa institucionalidade que nós, originalmente, deveríamos enfrentar — declarou aos outros convidados.

Além de Manuela estavam presentes o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR), além de Márcia Tiburi, Jessé de Souza e Jones Manoel.

Hoje com 43 anos, Manuela iniciou na carreira política dentro da UNE, e se filiou ao PCdoB no início dos anos 2000. Em 2004, ela foi eleita a vereadora mais jovem de Porto Alegre, aos 23 anos. De lá para cá, chegou à Câmara dos Deputados em 2006, e conquistou a reeleição e, posteriormente, vaga na Câmara dos Deputados do Rio Grande do Sul.

A ex-deputada tentou por três vezes o comando da prefeitura de Porto Alegre. A última, em 2020, chegou ao segundo turno contra o atual prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB). Durante a crise das chuvas deste ano, foi uma das maiores críticas da condução de Melo ao desastre.

Ao longo de sua carreira na política, é vítima de violência política. Candidata à prefeitura de Porto Alegre em 2020, ela precisou recorrer à polícia para investigar ameaças à filha, Laura.

Em 2022, chegou a ser cotada para tentar um posto no Senado, mas desistiu, e citou a “desunião da esquerda” no seu estado natal, Rio Grande do Sul, além da rotina de ataques contra ela e sua família nos últimos sete anos. No período, denunciou receber novas ameaças principalmente nas redes sociais: “ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanente. É conviver com a ameaça de estupro como correção pela coragem, com a ameaça de morte como silenciador”, escreveu na publicação.

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