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Jimmy Carter: Ex-presidente dos EUA e Prêmio Nobel da Paz morre aos 100 anos

Carter morreu neste domingo aos 100 anos Foto: Michael S. Williamson/The Washington Post

Morreu neste domingo, 29, o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter. Ele tinha 100 anos e morreu em sua residência, em Plains, Geórgia, de acordo com seu filho James E. Carter III, que não indicou a causa da morte. Carter foi eleito presidente em 1976, mas não conseguiu a reeleição. Após deixar o cargo, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2002.

Carter foi ex-presidente americano que mais viveu após o término do mandato, entre 1977 e 1981. Desde 2023, ele optou por passar seus últimos dias em casa, sob cuidados paliativos e próximo da família. Em novembro, a esposa de Carter, Rosalynn Carter, morreu aos 96, também em cuidados paliativos em casa.

O ex-presidente ficou conhecido tanto por sua diplomacia após deixar o cargo e obras de caridade quanto por seu mandato único e economicamente turbulento. Com a promessa de nunca mentir para o público americano, ele se posicionou como o antídoto reformista para uma era de profunda desconfiança política após Watergate e a Guerra do Vietnã e ganhou a presidência em 1976.

Ele vinha enfrentando sérios problemas de saúde e em 2015 chegou a ser diagnosticado com um melanoma que havia se espalhado para o fígado e o cérebro. Após o tratamento, os médicos disseram que ele desafiou as probabilidades, e Carter anunciou no final daquele ano que estava livre do câncer.

Presidência turbulenta

Carter, um pequeno agricultor de amendoins, veterano da Marinha dos EUA e governador da Geórgia de 1971 a 1975, foi o primeiro presidente do Sul Profundo desde 1837, e o único democrata eleito presidente entre os mandatos de Lyndon B. Johnson e Bill Clinton. Como o 39º presidente da nação, ele governou com fortes maiorias democratas no Congresso, mas em um país que estava se tornando mais conservador. Quatro anos após assumir o cargo, Carter perdeu a disputa pela reeleição, em uma derrota esmagadora, para um dos políticos mais conservadores da época, Ronald Reagan.

Quando Carter deixou Washington em janeiro de 1981, ele era amplamente considerado um presidente medíocre, senão um fracasso total. A lista do que deu errado durante seu mandato, nem tudo culpa dele, era longa. Foi uma época de dificuldades econômicas, com uma economia estagnada e desemprego e inflação persistentemente altos. “Estagflação”, que conotava baixo crescimento e alta inflação, era uma descrição usada pelos críticos para atacar as políticas econômicas de Carter. No verão de 1979, os americanos enfrentaram longas filas em postos de gasolina à medida que o fornecimento de gasolina diminuía e os preços disparavam após a revolução no Irã ter interrompido o fornecimento global de petróleo.

Carter fez da energia sua principal iniciativa doméstica, e teve algum sucesso, mas eventos fora de seu controle intervieram. Em março de 1979, uma unidade da usina nuclear de Three Mile Island, perto de Harrisburg, Pensilvânia, sofreu um derretimento de núcleo. O acidente foi o pior já registrado para a indústria de energia nuclear dos EUA e um grande retrocesso para as esperanças de que a energia nuclear fosse uma alternativa segura ao petróleo e outros combustíveis fósseis.

Em 2009, o então presidente Barack Obama recebeu Carter (dir) juntamente com outros ex-presidentes, incluindo Bill ClinTon, George Bush Pai e George Bush Foto: Doug Mills/The New York Times

A sorte de Carter também não foi melhor no exterior. Em novembro de 1979, uma multidão iraniana tomou o controle da embaixada dos EUA em Teerã, fazendo 52 americanos reféns. Foi o começo de um pesadelo de 444 dias, transmitido ao vivo pela TV, que só terminou em 20 de janeiro de 1981, no dia em que Carter deixou o cargo, quando os reféns foram libertados.

No meio da crise, em abril de 1980, Carter autorizou uma tentativa de resgate que terminou desastrosamente no deserto iraniano, quando dois aviões militares dos EUA colidiram no chão, matando oito soldados americanos. O Secretário de Estado Cyrus R. Vance, que se opunha à missão, renunciou.

Um mês após a eclosão da crise dos reféns no Irã, a União Soviética, encorajada, invadiu o Afeganistão. Carter ordenou um embargo à venda de grãos para a União Soviética, o que irritou os fazendeiros americanos, e um boicote dos EUA aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980, em Moscou, uma medida impopular para muitos americanos e amplamente vista como fraca e ineficaz.

Fonte: Estadão

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