A Justiça da Bahia revogou na quarta-feira (13), os mandados de prisões determinados em 2024, contra o rifeiro José Roberto Santos, mais conhecido como Nanan Premiações, e do influenciador digital Ramhon Dias, e outros 25 suspeitos de lavar dinheiro para o tráfico de drogas, por meio de sorteios ilegais.
No entanto, a dupla segue presa porque responde a um processo de 2025. Eles foram presos no dia 9 de abril, quando foi deflagrada a Operação Falsas Promessas 2 na Bahia. (Relembre operação ao final da reportagem)
No mês seguinte, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou 37 suspeitos de envolvimento com exploração de rifas ilegais à Justiça. Além de Nanan e Ramhon, entre os denunciados, estão o policial militar Lázaro Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca, e o influenciador digital Franklin Reis, também presos na segunda fase da operação.
Em maio, Alexandre Tchaca e Franklin tiveram as prisões preventivas substituídas por medidas cautelares.
Além de Nanan, Gabriela e Ramhon, outras 25 pessoas tiveram as prisões referentes aos processos de 2024 revogadas pela Justiça na quarta-feira. São elas:
Victor da Silva Moreira Paulo
Daiane Conceição da Silva Pinho
Igor Carneiro Correia
Elaine Marcia Nascimento Santos
Marcos David Nascimento
Círio José Lourenço
Paulo César Carvalho Nascimento
Gabriel de Amorim Fonseca
Emanuele de Castro Souza
Neide Naura Cedro de Souza
Julierme Inácio dos Santos
Michael Ribeiro da Silva
Marcelo Rodrigues Azevedo
Wanderson David de Oliveira
Washington Luiz Pereira Netto
Daniel Alves da Silva
Josemário Aparecido Santos Lins
David Mascarenhas Alves de Santana
João Nilton Lima Laurentino
Jefferson Pereira Da Silva
Jamile Nunes Santana
Jorge Vinícius de Souza Santana Piano
Joabe Vilas Boas Bonfim
Flávio Andrade de Azevedo
Adílson Prazeres Barbosa
O g1 tenta localizar as defesas de José Roberto Santos, Gabriela da Silva Vale e Ramhon Dias.
Denúncia do MP-BA
Todos os envolvidos foram denunciados pelo Ministério Público por crimes como formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e promoção de jogos de azar.
A denúncia foi divulgada pelo órgão no dia 9 de maio, na mesma semana em que alguns suspeitos tiveram as prisões substituídas por medidas cautelares. Os envolvidos foram presos um mês antes, quando foi deflagrada a Operação Falsas Promessas 2 na Bahia.
Conforme as investigações, o grupo usava as redes sociais para divulgar rifas de alto valor, com resultados manipulados para beneficiar os integrantes da organização criminosa. Os crimes eram praticadas por múltiplos núcleos organizados que agiam de forma interconectada.
Os chefes da organização criminosa foram apontados como:
- José Roberto Nascimento dos Santos, conhecido como “Nanan” e dono do perfil “Nanan premiações”, onde divulgava rifas;
- o influenciador digital Ramhon Dias de Jesus Vaz;
- Josemário Aparecido Santos Lins.
Além deles, o influenciador digital Franklin Reis e o policial conhecido como Tchaca aparecem na denúncia do MP-BA. A esposa de Nanan, apontado como um dos chefes da organização criminosa, também foi denunciada.
Como funcionava o esquema
Segundo a Polícia Civil, com forte presença em Salvador e RMS, São Felipe, Vera Cruz, Juazeiro e Nazaré, o grupo operava por meio de uma estrutura sofisticada de transações financeiras, usando empresas de fachada e pessoas para disfarçar a origem dos valores obtidos ilegalmente.
Policiais militares da ativa e ex-PMs faziam parte do esquema, oferecendo proteção, fornecendo informações privilegiadas e, em alguns casos, atuando diretamente como operadores das rifas fraudulentas.
O grupo usava redes sociais para divulgar rifas de centavos com prêmios de alto valor, como veículos de luxo, e atraía grande número de participantes. No entanto, os sorteios eram manipulados e os prêmios frequentemente entregues a integrantes da própria organização, a fim de legitimar o esquema e ampliar os lucros. Segundo as investigações, o grupo criminoso movimentou R$ 680 milhões.
Durante a Operação Falsas Promessas 2, foram apreendidos veículos de luxo, relógios, dinheiro, celulares e notebooks. A Justiça autorizou o sequestro de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, somando um bloqueio total de mais de R$ 600 milhões em bens e valores.
Após cerca de um mês presos, as prisões do policial Alexandre Tchaca e do influenciador Franklin Reis tiveram as prisões substituídas por medidas cautelares. Eles foram liberados e usam tornozeleira eletrônica.
Por G1 Bahia



