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Denunciado suposto esquema milionário de corrupção e desmate no governo da Bahia

Entre 2018 e 2024, servidores e consultores teriam recebido propinas para facilitar licenças e ampliar a devastação no oeste do estado

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A partir de uma operação disparada em julho de 2024, o Ministério Público da Bahia denunciou oito suspeitos de ligação com um apontado esquema criminoso no Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que executa políticas e fiscalizações para preservar a biodiversidade, as águas e clima.

As investigações envolvem a atuação de consultores e fazendeiros, de uma ex-secretária parlamentar, do ex-coordenador do posto avançado do órgão em Guanambi e da ex-diretora-geral do Inema, Márcia Cristina Telles de Araújo Lima, essa por suspeitas de enriquecimento ilícito.

O processo apontou que, de 2018 a 2024, o grupo teria movimentado ao menos R$ 16,5 milhões em propinas para acelerar e flexibilizar licenciamentos ambientais para grandes empreendimentos rurais no oeste do estado, um dos maiores pólos agropecuários do país.

Segundo o MP, a dinheirama reduzia o rigor de análises técnicas e facilitava a tramitação de autorizações para desmatamento.

Obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) em São Desidério, no muito desmatado oeste da Bahia. Foto: Isac Nóbrega/PR

A meios como G1 e A Tarde, o Inema comentou que as fraudes denunciadas ocorreram antes da gestão atual, informou ter aderido ao Programa Bahia de Integridade Pública (PBIP) e adotado medidas para promover ética, prevenção à corrupção e transparência institucional.

Em reportagens anteriores, ((o))eco revelou problemas crônicos no licenciamento baiano. Numa decisão recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou trechos de lei estadual que permitiam licenças automáticas para empreendimentos de médio impacto, como mineração e loteamentos, contrariando regras nacionais.

Em outra apuração, apontamos que, na gestão de Márcia Telles, o estado autorizou o desmatamento de cerca de um milhão de hectares de vegetação nativa, muitas vezes com pareceres técnicos precários e ancorados no enfraquecimento de conselhos com participação de setores sociais.

Além disso, o oeste da Bahia, palco das supostas ilegalidades descritas pelo MP, foi uma das regiões foco do especial Massacre Invisível, que mostrou como a expansão acelerada de canais de irrigação – sem medidas mínimas de mitigação – tem provocado o afogamento de animais silvestres, inclusive ameaçados de extinção. (Fonte: ((o))eco).

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