
Dados do Censo 2022 do IBGE divulgados hoje, 9, sobre Trabalho e Rendimento mostram que mulheres no mercado de trabalho são mais escolarizadas, mas ganham menos do que homens, que ainda dominam as vagas de emprego.
Mesmo tendo uma participação inferior à metade (43,6%) na população ocupada do país, as mulheres superaram os homens em três dos dez grandes grupos de ocupação aqui analisados:
- Profissionais das ciências e intelectuais (60,8);
- Trabalhadores de apoio administrativo (64,9);
- Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (58,9%).
Por outro lado, em dois grandes grupos a participação feminina foi inferior a 10%:
- Operadores de instalações e máquinas e montadores (7,4%);
- Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares (9,3%).
O Censo demográfico nos permite detalhar as participações de homens e mulheres dentro das 21 seções de atividades ocupacionais:
- Serviços domésticos tinha a maior participação feminina (93,1%);
- Saúde humana e serviços sociais (77,1%);
- Educação (75,3%;
- Outras atividades de serviços (66,8%);
- Alojamento e alimentação (61,2%).
Já as seções com menor representatividade feminina foram Construção (3,6%), Transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%).
Em 9,3% dos municípios, o rendimento médio do trabalho era inferior a um salário mínimo
Em 520 dos 5.571 municípios do país, ou, 9,3% do total, o rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas estava abaixo de um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava R$ 4.848, ou seja, mais de quatro salários mínimos.
Os dez municípios com os menores rendimentos médios mensais de todos os trabalhos estavam no Nordeste, e o menor valor foi o de:
- Cachoeira Grande/MA (R$ 759);
- Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788);
- Mulungu do Morro/BA (R$ 805).
Por outro lado, os 10 municípios com os maiores rendimentos médios do trabalho estavam no Sul e Sudeste, com destaque para:
- Nova Lima/MG (R$ 6.929);
- São Caetano do Sul/SP (6.167);
- Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).
Mais de um terço dos trabalhadores do país ganham um salário mínimo ou menos
O rendimento do trabalho é um dos principais indicadores da qualidade da inserção dos indivíduos no mercado de trabalho. Em 2022, enquanto 35,3% dos trabalhadores do país recebiam um salário mínimo (R$ 1,212) ou menos, apenas 7,6% deles recebia mais de cinco salários mínimos.
Em 2022, o rendimento mensal de todos os trabalhos dos homens (R$ 3.115) superou em 24,3% o das mulheres (R$ 2.506). Já o recorte por cor ou raça mostrou resultados mais elevados para as categorias amarela (R$ 5.942) e branca (R$ 3.659), situadas bem acima da média nacional (R$ 2.851). Em seguida, vinham as categorias de cor ou raça parda (R$2.186), preta (R$ 2.061) e indígena (R$ 1.683).
Desigualdades de renda por sexo e por cor ou raça permanecem
Em 2022, em qualquer nível de instrução analisado, os homens ocupados recebiam rendimentos mensais de todos os trabalhos superiores aos das mulheres ocupadas. A maior diferença estava no nível superior completo:
- R$ 7.347 para os trabalhadores homens;
- R$ 4.591 para as mulheres trabalhadoras.
Considerando-se os cinco grupos de cor ou raça analisados pelo Censo 2022, as pessoas ocupadas declaradas como amarela, seguidas pelas de cor ou raça branca, recebiam os rendimentos médios nominais mensais de todos os trabalhos mais elevados em todos os níveis de instrução. A maior discrepância ocorreu no nível Superior completo:
- Amarelos (R$ 8.411);
- Brancos (R$ 6.547);
- Pardos (R$ 4.559)
- Pretos (R$ 4.175);
- Indígenas (R$ 3.799).