Principal indústria do segmento da Bahia, a Vulcabrás Azaleia, em Itapetinga, tem enfrentado dificuldades para competir nos mercados interno e externo e, desde novembro do ano passado, demitiu cerca de 1,4 mil trabalhadores, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores de Calçados de Itapetinga e Região.
Desde o início deste mês, os trabalhadores estão em férias coletivas. O temor da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT), que participa das negociações, é que haja novas demissões no retorno das atividades, previsto para o início do mês de abril. “Nós temos informações de que os objetivos da empresa é chegar a 4 mil demissões”, afirma o presidente da CUT-BA, Martiniano Costa.
Atualmente, a empresa é responsável pelos empregos de 19 mil funcionários na Bahia. “Estamos preocupados com a possível perda de mais postos de trabalho. Mais demissões vão representar um forte baque na economia dos municípios da região”, afirma James Santos Alves, diretor administrativo do sindicato.
Para enfrentar o momento de dificuldades, a representação dos trabalhadores articula junto ao governo do Estado a aprovação de medidas que impulsionem a indústria calçadista. O principal pleito que será levado ao governo federal é a aprovação de medidas contra a concorrência com os calçados importados de todos os países asiáticos. O setor calçadista tem dificuldades para concorrer com os baixos custos de produção dos produtos que vêm da Ásia.
Desde o ano passado, já vigora uma medida da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que define uma sobretaxa para os calçados fabricados na China que são importados pelo Brasil. O custo dos produtos é ampliado em cerca de 13 dólares.
O setor, no entanto, alega que os chineses estariam burlando a barreira protecionista brasileira, exportando os calçados por meio de outros países asiáticos, como Vietnã, Laos, Camboja e Indonésia.
Mas afirma que o governo deverá fomentar a fabricação de couro para calçados na Bahia, para completar a cadeia e baratear o processo produtivo. Informações de A Tarde.