O corpo do fotojornalista Evandro Teixeira, um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro, foi velado na manhã desta terça-feira (5) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no Centro da cidade.
O corpo do fotógrafo vai ser cremado em uma cerimônia fechada para a família e as cinzas serão levadas para Canudos, na Bahia.
Segundo a família, a decisão foi tomada por causa da relação dele com o lugar e com as pessoas que ele fotografou e que eram sobreviventes da guerra de Canudos.
Evandro morreu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos, na Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul, onde estava internado. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos em decorrência de complicações de uma pneumonia.
Parentes, amigos e fãs chegaram cedo para se despedir e prestar a última homenagem ao fotógrafo, que deixou a esposa, Marli, com quem esteve casado por 60 anos, duas filhas e três netas.
“Essa despedida dele aqui na Câmara é muito emblemática porque todo o registro dele do período do golpe militar e as fotos emblemáticas da passeata dos cem mil aqui, viraram registros históricos. É interessante que nas exposições dele, a gente vê a quantidade de jovens indo. E isso é importante porque a gente precisa manter a memória viva, para as pessoas não esquecerem o que é viver numa ditadura.” disse Carina Almeida, uma das filhas de Evandro.
A importância do legado de Evandro Teixeira também foi citada por amigos e fotojornalistas que compareceram ao velório.
“Evandro é uma pessoa que sempre nos trouxe a fotografia além do tempo. Eu estava em uma cobertura, estava em um lugar, e eu ficava próximo dele, porque o Evandro era o tipo daquele fotógrafo que a fotografia vinha para ele. E não ele vinha para a fotografia, como um bom jogador de bola, que a bola vem até o jogador”, contou Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do presidente Lula e amigo de Evandro há 34 anos.
Por G1