Segundo as informações, o ex-prefeito de Feira de Santana se reuniu com o deputado federal ACM Neto e negociou o seu nome como candidato ao senado pelo Democratas. O partido definiu como estratégia eleitoral, lançar candidato único, ou seja, a coligação DEM/PSDB abre mão da outra vaga, já que nas eleições de 2010 cada estado poderá eleger dois senadores.
Conforme as informações das fontes, o deputado ACM Neto impôs como condição para aceitar o nome de José Ronaldo ao Senado que o mesmo não seja candidato a prefeito de Feira de Santana em 2012, mantendo apoio ao atual prefeito Tarcízio Pimenta, independentemente do resultado eleitoral. Eles afirmam que Ronaldo prometeu que cumprirá o acordo.
Com este movimento o Democratas tenta demover a especulação sobre uma possível aproximação do Prefeito Tarcizio Pimenta com o palanque governista na disputa pelo governo do Estado. Em recente entrevista ao lado do governador Jaques Wagner, que visitava Feira de Santana, Pimenta disse que mantinha “fortes vínculos de amizade com Otto”, indicado para compor a chapa de Wagner.
Conta de chegar
Caso se concretize como candidato único ao Senado na chapa de Paulo Souto, Ronaldo tem amplas possibilidades de vitória. Com a ida de César Borges (PR) para a chapa de Wagner, abre-se um grande espaço na oposição na disputa por uma das vagas do Senado. A dedução que se faz é que Borges não vai levar os votos que tinha se permanecesse do lado oposicionista, por isso aumentam significativamente as chances de eleição do candidato desta facção.
Aliás, no último final de semana, fizemos uma pergunta a pelo menos cinco pessoas diferentes sobre a provável decisão do senador César Borges em fechar com a chapa de Wagner:
– Você ia votar em César Borges para o Senado?
– Sim, ia votar.
– Se ele for para o lado de Wagner você vai votar?
– Não.
É isso. Não adianta perguntar a cem ou mil pessoas. O resultado deverá ser o mesmo. O que pode mudar é a campanha, com César Borges empolgando e convencendo o eleitorado sobre a sua decisão. Fora disso, o risco de uma derrota é grande. Pelas contas, então, José Ronaldo estaria eleito pela oposição, e Lídice da Mata, provável companheira de Borges na chapa de Wagner na disputa pelo Senado, ficaria com a outra vaga, empurrada pelo voto da esquerda.
Por Evandro Matos
