Paulo, que trabalha como repórter e coordenador do Núcleo Pensar Filmes, ligado a TVE, e também como assessor da prefeitura de Gavião, estava realizando uma reportagem sobre a Feira Livre da cidade quando foi surpreendido por uma blitz policial de apreensão de motos em situação irregular e resolveu filmá-la para produzir outra matéria.
“O Soldado Robério percebeu o fato, veio em minha direção, pegou no meu braço e me conduziu para a viatura”, disse em depoimento no seu site. Em vídeo disponibilizado em seu site pessoal (paulomarcos.com) é possível ver as imagens do início da operação. Em determinado momento, é detido de maneira arbitrária pelos policiais e colocado no carro. “Neste momento a câmera estava desligada. Imediatamente liguei o equipamento e continuei a filmar dentro do veículo”, completou.
A truculência continuou
Com a câmera ligada dentro da viatura, que, na verdade, era apenas um veículo do governo usado na operação, registra-se o momento em que um policial anuncia que vai verificar o conteúdo gravado e ver “qual é a dele filmando”. De forma truculenta, quase agressiva, dirige-se ao repórter pedindo o equipamento que deveria ser entregue “por bem”.
Ainda no veículo, Paulo Marcos questiona se precisa ir até a delegacia apenas porque estava filmando. Um policial, em tom mais calmo, diz que “lá se conversa, não adianta argumentar”, que não estavam prendendo ninguém.
Antes de liberarem, os policiais ainda justificaram dizendo que só queriam saber o porquê da filmagem, e só por isso ele estava sendo conduzido.
Ao descer do carro, um policial que não estava no veículo pede desculpas pelo contratempo. “É que ele não lhe conhecia”, justifica.
