A escolha do Vila Velha como palco da cerimônia foi uma decisão da Comissão de Anistia, já que o Teatro foi sede da Anistia Internacional, além de ter sido a casa de artistas “glauberianos” como Mário Gusmão, Sônia dos Humildes, Carlos Petrovicht e Othon Bastos; os três últimos trabalharam em “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), um dos filmes mais emblemáticos de Glauber Rocha.
O ato simbólico trata de uma política pública de educação em Direitos Humanos, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a memória política brasileira, em especial do período da ditadura militar. Na cerimônia também será anunciado se a família do cineasta terá direito a indenização. No julgamento, a família receberá o perdão oficial do Estado, concluindo seu processo de anistia política, cuja tramitação na Justiça dura desde 2006.
“Acho muito importante esse reconhecimento, estou muito feliz e estou com a maior boa vontade para que isso aconteça. Vai ser uma festa muito bonita na Bahia e tenho expectativa grande para o dia”, afirma Lúcia Rocha, mãe do cineasta.
Glauber Rocha – Natural Vitória da Conquista, Glauber é um dos mais importantes cineastas brasileiros, sendo o grande nome do cinema novo, movimento iniciado no começo dos anos 60. No Brasil, tem-se registrado a censura de 444 obras de importantes diretores brasileiros de várias tendências e expressões, em uma lista que incluiu nomes como Cacá Diegues, Leon Hirszman, Arnaldo Jabor, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro, Hector Babenco, Ruy Guerra, José Mojica Marins, Rogério Sganzerla entre outros.
Os filmes censurados de Glauber foram: “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”, “Historia do Brasil”, “Cabeças cortadas”, “Di Cavalcanti”, “Idade da Terra”, “Maranhão 66”, “Câncer”, “Claro” e “Pátio”.
Entre os artistas que já receberam a Anistia Política no país pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça estão José Celso Martinez Corrêa, Sérgio Jaguaribe (Jaguar), Ziraldo, Heleni Guariba e Norma Bengell.