Cansanção é um município baiano localizado no sertão baiano (região Nordeste) e que sofre como todos os municípios dessa região, principalmente com a falta d’água e a carência de políticas públicas.
Mas, segundo o deputado Adolfo Menezes (PTB), Cansanção tem um problema político mais grave que o flagelo da seca.
Durante o período eleitoral de 2008 o então prefeito Ari de Almerindo concorreu sobjúdice, pois tinha contas rejeitadas pelo TCM. Sabendo de que sua pretensão poderia esbarrar no TRE e, se eleito não poderia tomar posse, renunciou a sua candidatura na sexta feira, 48 horas antes
da eleição.
Após a sua renúncia, Almerindo protocolou o pedido de registro de candidatura, pondo como candidato o “laranja” Jarbas Ferreira de Andrade, que, por “coincidência”, é seu sobrinho.
Fraude total
Ocorre que a ata de escolha do substituto foi fraudada, sem que nenhum presidente de partido que integrava a coligação tivesse conhecimento da escolha e, tampouco, assinou o documento. Tudo falsificado por Ari de Almerindo.
A oposição, integrada pelo candidato Ranulfo Gomes, tomou conhecimento e denunciou a fraude à Justiça Eleitoral através do processo 238/2008 – Ação de Impugnação de Registro de Candidatura. Contudo, Jarbas procurou procrastinar e atrasar o desfecho final dessa pendenga judicial com processos junto ao TRE-BA, que já os julgou improcedentes e arquivando-os.
A juíza local também deu sua mãozinha a Ari. Mas, já era tarde. O Departamento de Polícia Federal (DPF) atestou a falsidade das assinaturas, antes que a juíza do município “suspendesse a perícia”.
O processo 238/2008 ainda não foi julgado. Enquanto isso, Jarbas (o prefeito laranja) foi afastado pelo TRE e assumiu o Poder Executivo, o presidente da Câmara, vereador Riso de Almerindo, que é irmão de Ari. Para completar, o ex-refeito Ari de Almerindo é o atual Tesoureiro Municipal de Cansanção.
Mais falcatrua
Ainda durante o Processo Eleitoral, e após a sua renúncia, Ari de Almerindo fez passeata no sábado antes da eleição informando que continuava candidato e distribuía uma consulta feita no site do TSE, onde constava a sua situação como INAPTO. Ele apagou o “IN” e o colocou como APTO.
No domingo, dia da eleição, Ari visitava as seções eleitorais e pedia votos, dizendo-se candidato e afirmando que a foto que o eleitor veria seria a sua (de fato não havia prazo legal para providenciar a substituição da fotografia, pois as urnas já estavam lacradas).
O fato corre na justiça desde então, sem uma solução definitiva até os dias atuais.