Um fato curioso é que, antes mesmo de a matéria ser liberada, ela já demonstrava que teria grande repercussão. Primeiro, liberamos apenas uma foto e um aviso de que haveria sua publicação, a partir das 11 horas.
Cerca de 10 minutos após a postagem do aviso, já havia 23 acessos. Às 11 horas, mesmo sem o texto, apenas com uma foto e o aviso, a postagem já atingia 67 acessos. Quando o texto foi inserido, às 11h05, os acessos dispararam. E nesta quarta-feira seguiram avançando…
Não foi o maior acesso individual de uma postagem no portal – afinal já tivemos matérias com quase 2 mil acessos acumulados-, mas representou um dado significativo. Valeu pela coragem da comunicadora Alana Adrielle, que, independentemente do contexto, teve os seus méritos por denunciar um esquema nocivo ao município.
Valeu também pelo trabalho de Laura Ferreira, nossa correspondente, que buscou tirar de Alana as respostas sobre este quadro deprimente que passa um município com quase 40 mil habitantes, a 70 quilômetros de Feira de Santana e a 180 de Salvador, com cenas e fatos que lembram o cenário de O Bem Amado, da Globo.
Contas pagas pela Prefeitura
Aliás, nesta quarta-feira (02) a comunicadora concedeu entrevista à Rádio Baiana FM e confirmou todas as denúncias, além de acrescentar fatos novos. Na entrevista, Alana deu um aviso ao Prefeito Lauro Falcão afirmando que poderia dar mais declarações, caso ela viesse a sofrer qualquer ameaça. Entre os fatos novos, ela informou que os recibos de energia e água da rádio Gazeta são pagos pela Prefeitura.
Com base nas denúncias, Alana Adrielle já deu entrada em uma ação no Ministério Público Estadual. Junto, foi anexada a mídia onde consta cerca de 30 minutos de gravação da conversa que a comunicadora teve com o Prefeito.
A conversa teve por objetivo, segundo ela, convencê-la a deixar de apresentar um programa que fazia na Rádio Comunitária Gazeta FM, momento em que aconteceram algumas revelações e propostas que Alana disse “indecentes”.
Casos mais graves
Mas o pior é que existem casos bem mais graves do que as denúncias feitas por Alana. Não custa lembrar os escândalos da compra superfaturada do ônibus e do Feirão de Animais, do Concurso Público viciado e anulado pelo Ministério Público, da acusação de compra de votos na Câmara de Vereadores para não perder o mandato, além de uma ação civil pública de improbidade administrativa, de autoria do Ministério Público, por fraude na aquisição de combustíveis.
São acusações de conhecimento público, a maioria com processos que tramitam na Justiça e que não se sabe qual o seu fim.
Portanto, o que Alana Adrielle denunciou é grave, gravíssimo, mas é apenas uma ponta do mar de lama que cobre Riachão do Jacuípe.
Da redação
