“A causa maior do problema é o loteamento político dos cargos no setor elétrico nacional. Se tivéssemos pessoas técnicas e qualificadas para ocupar os cargos do setor, teríamos planos de contingência e reduziríamos em muito as chances de panes desse tipo ocorrerem”.
Neto afirmou que essa é uma “oportunidade única” para a presidente Dilma Rousseff (PT) “mudar a política de indicações privilegiando a competência técnica e não o “padrinho político”. “É o momento de a presidente mostrar que tem pulso e só colocar técnicos competentes nos cargos estratégicos. Esse deve ser o único critério”, ressaltou.
Aleluia: Apagão é conseqüência de apagão administrativo
“O apagão na região Nordeste é conseqüência do apagão administrativo construído durante os oito anos do governo petista, quando as indicações para as empresas estatais de energia foram puramente políticas sem levar em conta o mérito. Como Furnas, a Chesf não fugiu à regra”, afirma o presidente da Fundação Liberdade e Cidadania, o ex-deputado federal José Carlos Aleluia.
Profundo conhecedor do assunto energia, engenheiro elétrico, ex-presidente da Chesf e ex-diretor da Coelba, Aleluia considera vazia a justificativa apresentada pela Chesf para o apagão na região. Segundo a Chesf, a pane que deixou sem luz quase todos os estados nordestinos teria sido provocada por uma falha no circuito eletrônico da subestação da usina Luiz Gonzaga.
“O desligamento da linha de transmissão ou qualquer outro equipamento não deve provocar apagão, principalmente na dimensão em que se deu este, que prejudicou até o funcionamento do Pólo Petroquímico de Camaçari nesta sexta-feira”, afirma Aleluia.