A primeira viria com a criação de um novo partido. A segunda, da fusão desse partido com outro da base parlamentar do governo.
Com isso, a decisão de ontem era deixar a fusão para 2013, participando o novo partido com coligações em 2012. Um dirigente do PSB dizia ontem em Brasília que “se Chalita vencer a eleição para prefeito de SP em 2012, o importante mesmo passa a ser ele, e o quadro muda”.
Pelo menos cinco deputados que pensavam ir para o novo partido, e nem todos do DEM, diziam ontem em Brasília que, se for assim, será um passo no escuro, e que o risco não compensará. “É melhor ficar onde estamos, pois conhecemos o caminho que nos trouxe até aqui”, dizem.
Em política sempre é importante levar em conta a reação dos atores em cena. Muitas vezes as reações imediatas não correspondem às reações em médio prazo. O tempo inclui novos elementos de reflexão. E assim foi, e o que parecia um atalho esperto, se transformou num atoleiro.
Movimentação na Bahia
Capitaneados pelo Democratas, os partidos de oposição na Bahia preparam uma verdadeira recepção do “mal” para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no domingo, quando ele pretende realizar uma reunião em Salvador a fim de discutir a criação do PDB.
Sem negar que já contratam “olheiros”, as legendas pretendem registrar o evento nos mínimos detalhes com o objetivo de acusar os participantes, entre os quais o próprio prefeito de São Paulo, de infidelidade partidária, o que pode ser punido com expulsão e a inelegibilidade.
“Não existe maior comprovação de infidelidade do que a realização de uma reunião com o objetivo de criar um nova agremiação partidária”, diz a um democrata cuspindo fogo ao avaliar a realização do encontro em Salvador.
O partido será na Bahia, supostamente, uma das principais vítimas do futuro PDB, já que é para a nova agremiação que muitos democratas, como Kassab, pretendem se dirigir quando ela for criada. Por este motivo, prefeitos que já anunciaram participação no evento estariam sendo avisados de que podem ser alvos de processos de expulsão.
A idéia, conforme uma liderança do PMDB, outra legenda que pode perder quadros para a nova agremiação partidária, é constranger enfaticamente aqueles que pretendem participar da reunião com Kassab.
“Se eles estão achando que vai ser fácil trocar de partido, estão enganados. Vamos marchar para cima com tudo”, diz ele, simulando estar pilotando um trator, afirmando que a pressão será maior sobre os prefeitos que pretendem disputar a reeleição em 2012. “Nosso foco serão os candidatos à reeleição. Quero ver como é que eles vão disputar as eleições numa nova legenda”, complementa.
Para registrar o evento, as legendas organizam quase abertamente a formação de um grupo de “olheiros” de forma profissional. Ele será formado por jornalistas, fotógrafos e até cinegrafistas. Informações do blog de Cesar Maia e o Política Livre.
