Política & Economia

PT faz Congresso em Riachão, escuta protestos e avalia contradições internas

Depois de um pouco de música ao som de Marcus Sena, foi exposto o trabalho do petista Mateus Martins sobre o “Desenvolvimento Econômico e Político no município”.

Além de Mateus, ocuparam a mesa de abertura do evento a deputada estadual Neusa Cadore (PT), o ex-prefeito de Riachão, José Raimundo, Raimundo da Caixa, Danilo José (vereador no município de Conceição do Coité), dentre outros representantes do PT local e no Estado.

Entre os aspectos sócio-políticos e econômicos de Riachão, Mateus Martins falou do compromisso que os gestores anteriores tinham com os agiotas no município, esquecendo a presença de seu pai na mesa, também ex-prefeito. Ele também criticou o elevado número de mulheres convivendo com a resistência do machismo na comunidade jacuipense.

Um protesto no caminho

Enquanto isso, a plateia dividia sua atenção entre os oradores da noite e a presença “ousada” da professora Marinélia Silva, que, em protesto, contestou as ações do governo do Estado na educação baiana.

Historiadora e doutoranda pela UFBA, e que recentemente enviou uma carta-protesto a esse portal contra a SEC e o silêncio da APLB, Marinélia aproveitou o evento para cobrar as suas reivindicações. Em um de seus protestos, na internet, Marinélia reforça suas críticas ao governo Jacques Wagner, e, sobretudo, ao sistema do ensino superior e ao Partido dos Trabalhadores.

“A violência da universidade pública, que prepara o cidadão (pobre, negro, mulher amarela do sertão) para ascender socialmente, apaga também da memória política dos graduados, mestres e doutores, a vida de seus amigos de infância, seus vizinhos, seus pais… sua ancestralidade! Será que a vida se resume a um carro novo, um apartamento em Salvador, ou a um tour pela Europa? Somos meros trabalhadores e consumidores”, pontuou.

Travestida de palhaço e com mordaça na boca, Marinélia dava cambalhotas e batia forte em seu pandeiro, denunciando, para ela, desmandos, como os prazos e regras construídas pelo governo estadual, a exemplo da demora na licença para mestrado, para exoneração, licença maternidade e aposentadoria, que só sai após 2 anos, e outras mais.

Reação do público e de petistas

De inicio observava-se na expressão facial de alguns militantes do PT a insatisfação e incômodo com aquela presença questionadora. Embora em algumas falas tenha sido pedido a sua ponderação, a professora levou adiante o seu protesto, e até certo ponto foi respeitada.

Porém, já no final do evento, um policial e militante do PT, conhecido por Bispo, irritado com as expressões da professora, pois a mesma estava amordaçada, e seu protesto se dava apenas com mímicas e “pandeiraços”, ameaçou retirá-la do local. O que, imediatamente, fez a professora tirar a mordaça e revelar a todos a ameaça sofrida.

As contradições

O ex-prefeito José Raimundo, e pai do neopetista Mateus Martins, tão criticado pelo PT municipal no passado, e considerado por este partido, por muitas vezes, como um péssimo administrador, em sua fala defendeu a atuação desta agremiação partidária em Riachão.

Raimundo da Caixa também lembrou que, em 2000, o PT disse não aos projetos políticos que haviam, contudo, ele admitiu a contradição e o maior erro do partido, que foi o de ter desistido das candidaturas próprias em 2000 e 2008, quando se aliou aos candidatos a prefeitos Herval Campos e Lauro Falcão. Nas duas gestões o PT participou com cargos nas administrações.

Ausência de militantes históricos na mesa

Embora presentes na platéia, o senhor Salvador Carneiro, petista histórico no município, e o ex-vereador José Avelange, até hoje citado pela sua atuação ética no Legislativo Municipal, foi impossível não perceber suas ausências na mesa, sobretudo a de José Avelange, que durante o evento, foi questionada pela militante Elza Almeida.

“Isso é uma falta de respeito, um militante como Avelange, com tanta história no partido não ter sido convidado para a mesa”, questionou Elza.

Por outro lado, a presidente do PT em Riachão, Maria José, mais conhecida por Mara, convidou para a mesa um nome novo no cenário político jacuipense, o senhor Fernando de Dudu, lembrando ser uma honra a sua presença no evento. Além disso, Mara lamentou muito, mas chegou a justificar a ausência da médica e recém aliada do partido, Gleide Márcia. O evento seguiu hoje, durante todo o dia, apenas para os militantes do partido.

Por Laura Ferreira

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