O juiz federal Welinton Militão dos Santos, de Belo Horizonte, e os desembargadores Francisco de Assis Betti e Ângela Maria Catão, são os três nomes que estão na mira do Ministério Público Federal (MPF) devido a possível participação em esquema de venda de sentenças judiciais para prefeituras do estado de Minas Gerais em 2008 – Operação Pasárgada.
A revista ÉPOCA teve acesso a gravações que mostram conversas comprometedoras entre os magistrados, como uma em que Betti afirma ser bandido.
Em diálogo com Militão a respeito de reunião com o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, “Chico” Betti solta a frase: “Não, eu vou te contar, eu sou bandido! Aqui, meu filho, está falando Chico Betti Bandido”. O plano dos dois era tentar forjar a história de que Militão era bem relacionado com o ex-ministro e por conta disso não poderia ser alvo de suspeitas.
Os nomes de empresários, donos de consultorias que facilitavam os trâmites ilegais, também aparecem nas fitas. Um deles é o de Francisco de Araújo, com quem o desembargador Betti falava em negociar programas com prostitutas. “Fala pro Sarapó (outro integrante da quadrilha) arrumar umas mulher pra nós aí e tudo, entendeu?”.
Betti foi afastado pelo STJ, mas ainda não é considerado culpado. Militão recebeu a pena de aposentadoria compulsória e Ângela Catão está sendo investigada pelo MPF após ter se livrada em julgamento do STJ.
A Operação Pasárgada mobilizou 500 homens da Polícia Federal para prender prefeitos, advogados, lobistas e integrantes do Poder Judiciário em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal. Eles eram suspeitos de participar de esquema montado para comprar sentenças que conseguiam furar o bloqueio de repasse de recursos do governo federal para municípios mineiros.
A ÉPOCA chegou às bancas neste sábado (21).