A previsão é que o júri dure até três dias, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Sete jurados vão ser sorteados entre 25 que deverão comparecer ao tribunal, e eles vão decidir se o réu é culpado ou inocente.
Testemunhas
Ao todo, serão convocadas 19 testemunhas – cinco são exclusivas da acusação e vão ser ouvidas primeiro. O julgamento pode ir até as 21h no primeiro dia, segundo o advogado assistente de acusação, José Beraldo.
As testemunhas exclusivas da defesa também são cinco, e são ouvidas na sequência. Há, ainda, nove testemunhas entre as chamadas de juízo: contam tanto para acusação quanto defesa e são ouvidas por último.
Após todas as testemunhas se pronunciarem, os jurados tiram as suas dúvidas. Por fim, ocorre o interrogatório do réu e debates sobre o andamento do processo. São 16 horas com entrevistas, discussões e notícias, de acordo com a promotora Daniela Hashimoto.
Depois de todos terem se pronunciado e os debates terminarem, os jurados se reúnem para decidir pela absolvição ou condenação. Passado esse ponto, a juíza Milena Dias vai ler a sentença e definir a pena dada ao réu.
Crimes
Lindemberg vai ser julgado por 12 crimes, incluindo homicídio duplamente qualificado contra Eloá Pimentel (sem possibilidade de defesa e com crueldade), duas tentativas de homicídio (contra Nayara Rodrigues da Silva e um policial militar, que escapou de um tiro), cárcere privado (devido ao sequestro de quatro pessoas) e disparo de arma de fogo.
A pena pode ir de 50 a mais de cem anos de prisão, segundo a promotora. Pela legislação do país, no entanto, nenhuma sentença pode ser superior a 30 anos.
O auditório tem 182 lugares no total, divididos entre parentes, integrantes do Ministério Público, juízes do TJ-SP, a imprensa e o público interessado. O julgamento é aberto, de acordo com Beraldo.
O caso
Lindemberg, que nunca falou à Justiça sobre o caso para se defender, deverá ser interrogado. Caso queira, ele poderá ficar em silêncio e não responder a nenhuma pergunta relacionada aos fatos ocorridos há mais de três anos, entre os dias 13 a 17 de outubro de 2008, no apartamento onde Eloá morava.
Naquela época, Lindemberg estava com 22 anos. Armado, ele invadiu o imóvel da ex porque queria obrigá-la a reatar romance com ele. A adolescente tinha 15 anos. Caso contrário, afirmou em conversa com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, que iria matar, além dela, os três amigos da ex que também eram mantidos reféns dentro do apartamento: Nayara Rodrigues e dois colegas de classe delas.
Durante o sequestro, os garotos acabaram soltos após algumas negociações com o Gate. Mas as adolescentes, não. Como a PM entendeu que Lindemberg estava irredutível, decidiu invadir o imóvel. De acordo com a perícia da Polícia Técnico Científica, o agressor atirou contra Eloá e Nayara. A ex morreu no dia 18 de outubro de 2008. A colega dela sobreviveu.
Além do assassinato de Eloá, Lindemberg é acusado de tentar matar Nayara e um policial militar que tentava negociar a rendição dele e a soltura dos reféns. O réu também responde pelo crime de cárcere privado das amigas e dos dois colegas de escola de Eloá. Ainda sofre acusação de ter feito disparos de arma de fogo.
Por decisão da Justiça, Lindemberg foi preso preventivamente desde o término do sequestro das vítimas. Ele segue detido na Penitenciária de Tremembé, no interior do estado de São Paulo. Informações do G1.