O Salão do Memorial Antônio Conselheiro recebeu o escritor paraibano e radicado em Pernambuco, Ariano Suassuna, que fez uma importante palestra sobre a figura de Antônio Conselheiro, a quem chamou de Santo.
Suassuna também fez comentários sobre o livro os Sertões, de Euclydes da Cunha. “Eu, às vezes, tenho o atrevimento de mostrar os erros de Euclydes da Cunha, e discordo de algumas colocações dele. Ele saiu de lá do Sul, como reporte do jornal Estado de São Paulo, e veio cheio de brilhos republicanos contra Antônio Conselheiro e seus seguidores, dizendo que aqui estava o reduto da baderna e do fanatismo, e que a República é imortal”, destacou.
“Mas quando ele chegou aqui e viu que a república estava era cometendo um crime contra o povo brasileiro, ele logo passou para o lado do povo leal do Brasil, logo se rendendo, porem com um sentimento de ambiguidade”, acrescentou.
Durante a palestra de 50 minutos, Ariano mostrou e até cantou uma parte de uma música do cantor e compositor Fabio Paes, e se emocionou ao falar do Conselheiro. Ele encerrou a sua participação dando um viva a Santo Antônio Conselheiro, agradecendo a todos os presentes.
Suassuna é autor de diversos livros, dentre eles o clássico do teatro brasileiro ‘O Auto da Compadecida’. Sua obra mais conhecida já foi montada por diversos grupos teatrais de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e o cinema.
Ariano Suassuna, que é membro da Academia Brasileira de Letras desde 1990, foi um dos fundadores do Movimento Armorial, nos anos 1970. O movimento teve como objetivo criar arte erudita a partir de elementos da cultura popular do nordeste brasileiro.
Da redação, com informações de Rômulo de Itinho – CanudosNet
