No Ceará e em Pernambuco, bases mais fortes do PSB na Região Nordeste e onde estão as lideranças Eduardo Campos e Ciro Gomes, a legenda não consegue se entender com os petistas. Tanto é que esta semana a Presidente Dilma Rousseff teve de fazer uma viagem de emergência nos dois estados, tentando apaziguar os ânimos.
A primeira parada foi em Fortaleza, onde a prefeita Luizianne Lins (PT) já se estranhou com o ex-deputado federal Ciro Gomes e com o governador Cid Gomes, ambos do PSB. Para completar, na semana passada o senador José Pimentel (PT) criticou o governador, afirmando que o mesmo deixava voltar verbas federais para Brasília por falta de projetos.
O pano de fundo é a eleição de Fortaleza, onde Luizianne quer indicar um nome petista, mas setores do PSB, liderados por Ciro Gomes, projetam o PSB com candidatura própria.
Apesar do esforço de Dilma, que colocou Cid e Luizianne no mesmo palanque na sua viagem a Fortaleza, a desconfiança permanece e só mesmo um milagre para fazer os caciques se entenderem.
Imbróglio em Recife
Em Recife, o governador Eduardo Campos (PSB) assiste à distancia a briga entre os petistas. O prefeito João da Costa luta para se viabilizar para a reeleição, mas o deputado federal João Paulo da Silva, rompido com o prefeito, trabalha a sua candidatura nos bastidores.
A briga é tão forte que já atinge outros setores da aliança de 16 partidos em torno do governador Eduardo Campos. Principal líder do PTB, Monteiro Alves ensaia lançar candidato próprio em Recife, enquanto o PSB de Eduardo espera só o momento para agir.
Sergipe também subiu o teto
Esta semana, sem que ninguém esperasse, a relação do PSB com o PT em Sergipe também subiu ao teto. Ou melhor, parece ter chegado ao fim. Derrotado para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o governador Marcelo Deda (PT) demitiu três secretários.
Mas Deda não parou por aí. Na terça-feira (28), ele demitiu uma irmã da deputada Maria Mendonça (PSB), que reagiu. “Vou conversar com o senador (Antônio Carlos) Valadares, que é a liderança do nosso grupo, e o PSB tem que tomar uma posição”, disse.
Em outros estados a relação não tem a mesma temperatura quente destes estados nordestinos, mas em São Paulo, por exemplo, Dilma agiu rápido para tirar o PSB dos braços do governador Geraldo Alckmin e, consequentemente, de José Serra, que se lançou à prefeitura paulistana.
Por Evandro Matos