Recife viu pela primeira vez um grande ícone da música mundial. Paul McCartney, 70 anos bem vividos, orquestrou um espetáculo inédito na capital pernambucana que levou homens e mulheres de todas as idades e lugares do Brasil à uma contemplação musical cheia de sentimento. O ex-Beatle apresentou, no estádio José do Rego Maciel, na noite deste sábado (21), o primeiro de dois shows, em Recife, da turnê “On The Run”.
Não é só por ser um artista com uma história de excelência musical irretocável que ele carrega o título de “Sir”. Ao vivo, Paul mostrou ser dono de uma presença de palco e conexão com os fãs que transcendeu o momento. Ele soube como reativar cada memória guardada em forma de música e trazê-la à tona num coral de vozes, choros, sorrisos, passos dança, beijos e abraços.
Com pontualidade britânica, o Paul McCartney subiu ao palco às 21h30, encasacado num terno azul que não demorou nem duas músicas para ser abandonado: “It’s hot” (do inglês, “está quente”). Abriu com “Magical Mistery Tour” e, logo em seguida, fez questão de começar um diálogo divertido e simpático que durou até os últimos momentos do show.
“Esta noite vou tentar falar português, mas vou falar mais inglês”, disse ele que, no fim das contas, tagarelou os dois idiomas quase em mesma quantidade. E, ainda mais, veio com um “que povo arretado” que terminou de esmiuçar o coração dos pernambucanos.
A apresentação, que durou pouco menos que 3 horas, foi dividida em sucessos da carreira solo, clássicas dos Beatles e algumas canções da sua antiga banda Wings. Ao entoar “Here Today”, Paul lembrou que a composição é uma homenagem a John Lennon. Aproveita o ensejo e dedica “Something” a George Harrisson.
Também homenageou sua “belíssima esposa”, como ele mesmo disse em bom português, com a doce e emocionante “My Valentine”. Em “Live and Let Die”, a entonação apoteótica própria da música foi acompanhada por um estouro de fogos barulhentos e coloridos.
Paul se dividiu entre cordas e teclas. Em um momento, cantou “Let It Be” acompanhado do majestoso piano de cauda e, logo em seguida, agraciou o público com o hino de “na-na-nas” de “Hey Jude” tocada em um pianinho colorido à beira do palco.
Noutros momentos, revezou os violões e guitarras, que se rasgaram especialmente no bis – trouxe “Lady Madonna”, “Day Tripper”, “Get Back”, “Yesterday” e fechou com “Helter Skelter”. Com Informações do jornal Folha de Pernambuco.
Paul agradeceu incontáveis vezes; à produção, à técnica, e aos mais de 50 mil fãs que lotaram o estádio. Foram inúmeros “obrigados” com sotaque cativante. Paul, Pernambuco que agradece.