História

Há 23 anos morria Raul Seixas, um dos maiores ídolos da música brasileira

O seu corpo foi sepultado em Salvador, depois de desfilar no carro do corpo de bombeiros na capital paulista, por exigência dos fãs. Na capital baiana, onde ele nasceu, todos os anos os seus fãs fazem homenagens no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, na sua sepultura.   

Raul Seixas teve diversas fases ao longo de sua carreira. Na fase de grande sucesso, dominou os palcos e o interesse da mídia nacional. O segredo do seu sucesso foram as suas belas composições, com um estilo universal, místico, apocalípto, além do jeito irreverente de ser e de se comportar no palco.

Quando morreu, entre vários depoimentos de fãs espalhados pelo Brasil, um, de um engenheiro do Ceará, sintetizou bem o que Raul representou para a sua geração: “Raul sempre pensou 20 anos na nossa frente. Ele nunca pertenceu a este planeta, porque sempre esteve em um nível mais alto. Dos que me disseram alguma coisa, foi ele quem mais me disse”.   

Em Salvador, ainda jovem, foi defensor do rock’n’roll – que naquela época pregava uma mudança radical nos costumes. Com versões de Dick Glasser e dos Beatles, lançou com a banda Os Panteras o LP Raulzito e Os Panteras, em 1968.

O disco obteve pouca repercussão, assim como Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, lançado em 1972 com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star. Só em 1973, com o primeiro LP solo, Krig-ha, Bandolo!, é que Raul começou a fazer sucesso, já com músicas escritas em parceria com o escritor Paulo Coelho.

Longe de ser só musical, a dupla com Paulo Coelho fez com que Raul aprofundasse o seu interesse por questões místicas. Em 1974, criaram a Sociedade Alternativa, baseada nas ideias do bruxo inglês Aleister Crowley. Os principais preceitos da crença foram divulgados na música Sociedade Alternativa, lançada no LP Gita, de 1974.

Raul ainda lançou 2 discos em que a parceria com o “mago” produziu canções famosas: Novo Aeon e Há 10 Mil Anos Atrás.

A partir de 1977, os discos do músico baiano ganharam menos atenção da crítica e em 1978 o cantor passou por complicações decorrentes do consumo excessivo de álcool que lhe acompanhariam pelo resto da vida.

Música

Raul criou uma mistura entre blues, folk e música brasileira que o distinguiu de outros artistas que faziam rock na época, como a Jovem Guarda. Já em seu primeiro disco solo, o cantor misturava baião, country rock e música gospel em canções como Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante.

Passou pelo brega, pelo rockabilly, pelo blues, pela MPB e diversos outros estilos que ampliaram o conceito de ‘roqueiro’, como Raulzito era visto na adolescência. Representante da Sociedade Alternativa, ele se questionava, fazia crônicas, dialogava com canções da MPB e tinha consciência da verdade do universo.

Da redação, com informações do Estadão

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