História

Riachão: Desaparecido, Belchior já fez show na cidade, comprou quadro de artista e tomou café na R. da Quixabeira

Naquela oportunidade, um sábado de agosto, Belchior dormiu na cidade e, no domingo, ainda teve tempo para conversar com o pessoal do Projeto Cultural e tomar café na residência do sanfoneiro José Aristides, na rua da Quixabeira. O cantor e compositor cearense é autor de várias canções que remetem às gerações pós-revolução cubana, com alusões á libertação da América Latina, aos amores de sua geração, ou a temas sobre a cultura popular nordestina.

Foi este homem que em 1995 levou uma recordação bastante significativa de Riachão do Jacuipe, um belíssimo quadro do artista plástico Raimundo de Oliveira Ferreira, ou Dinho. O quadro foi pintado pelo artista com base na temática nordestina, onde são destacados os seus principais artistas, símbolos, figuras populares e folclóricas, a exemplo de Luiz Gonzaga, Lampião, Padre Cícero, Zé Ramalho, o jumento e o próprio Belchior.

Belchior viu o quadro na salão de exposição, que também fez parte da Semana Cultural daquele ano. Contente por vê-lo junto com tantos nomes consagrados, o cantor não pensou duas vezes, anunciando que tinha interesse em adquirir o quadro. E sem pestanejar, o artista pagou os R$ 300,00 (Trezentos reais) que foi pedido pelo artista.

“Vou levar para colocar em meu escritório, em São Paulo”, disse Belchior, contente, logo após fechar o negócio. Dinho, por sua vez, facilitou a venda, principalmente quando Átilia, o produtor do artista, reforçou a promessa sobre o destino da peça de arte. “Pode ser barato, mas só o fato de ter um quadro meu comprado por Belchior, e ainda sabendo que vai ficar no seu escritório, fico muito satisfeito”, disse à época o jacuipense.

Pouco tempo depois, desafiando o seu próprio talento, Dinho Oliveira pintou um novo quadro, com o mesmo formato e as mesmas características.

O show

O show de Belchior em Riachão, no ano de 1995, aconteceu no Clube Lyra 8 de Setembro, que esteve completamente lotado. “Havia gente de toda a região e de municípios distantes como Camaçari, Uauá e Queimadas. Isso a gente pode ver pelos cheques dados na portaria para pagamento dos ingressos”, disse um dos organizadores do evento.

Por Evandro Matos (Foto: Anderson Mascarenhas)

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