
A pesquisa do Instituto Quaest que apontou um índice muito alto de rejeição do presidente Lula da Silva, especialmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a uma taxa superior a 60%, deve ter causado um impacto extremamente negativo no Palácio do Planalto.
Afinal de contas, esses três estados representam 45% do eleitorado brasileiro e a tendência de queda da popularidade deve se verificar de forma gradativa, já que o fenômeno não é apenas momentâneo, pois a questão da rejeição verifica-se por escala. E nesse caso, um índice progressivo preocupa extremamente o governo.
REPROVAÇÃO – O levantamento divulgado ontem apontou aponta que o 3º governo do presidente Lula é reprovado por 50% ou mais dos eleitores em oito estados pesquisados. De acordo com a pesquisa, a aprovação cai mais de 15 pontos na Bahia e em Pernambuco, estados onde Lula venceu as eleições em 2022. Pela 1ª vez, a desaprovação do presidente numericamente superou a aprovação nesses dois estados.
A Pesquisa Quaest indicou queda de popularidade de Lula em janeiro, quando o índice de desaprovação superou pela primeira vez, numericamente, a aprovação ao presidente em pesquisa nacional. O que explica a reprovação histórica é a percepção dos eleitores sobre a condução da economia no país e as promessas de campanha não cumpridas pelo presidente.
Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em janeiro deste ano: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produziu frustração na população.
RITMO – Lula tem que estabelecer um ritmo de atuação capaz de reverter o quadro presente. Mas, para isso, é necessário um conjunto permanente de medidas que transformem a situação. Mesmo assim, tem que ser por etapas, pois ninguém pode mudar do dia para a noite um cenário de rejeição em aprovação.
É preciso cumprir uma escala de procedimentos e atuações concretas que mudem o panorama. Não é fácil. A situação de Lula está muito difícil, dando margem ao avanço do bolsonarismo, embora não tenha ainda estabelecido uma base de apoio a qualquer outro candidato à Presidência da República.
Pedro do Coutto / Tribuna da Internet