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Economia

Itiúba – Tilápia tailandesa gera trabalho e renda

Quem chega de carro a Itiúba, no norte do Estado da Bahia, distante 378 km de Salvador, não imagina a revolução silenciosa que a piscicultura está promovendo no município de 36 mil habitantes. Graças à criação de tilápias tailandesas em tanque-rede, não só antigos pescadores artesanais estão tendo ocupação e renda, mas também famílias carentes estão recebendo um importante reforço alimentar gratuitamente. O pescado é vendido não só na região, mas também para o Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Outro grande comprador é a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que doa o alimento para famílias carentes do município.

Segundo o coordenador do grupo gestor de piscicultura, Adaucy Gonçalves de Oliveira, 62 anos, este ano foram vendidas 80 toneladas para a estatal, o que rendeu R$ 400 mil para a economia de Itiúba. “A associação tira os custos de produção e o restante divide entre os membros”, lembra Adaucy, ressaltando que o pescado é distribuído pela Conab para famílias cadastradas no programa Bolsa-Família, do Governo Federal. Cada uma recebe de quatro a cinco quilos por mês.

São 86 pescadores de três associações que cultivam a tilápia no Açude Jacurici, com 42 quilômetros de extensão. A produção, que começou em 2005 com 120 toneladas anuais, hoje está em 300 toneladas, com a perspectiva de aumentar devido à grande demanda.

O açude engloba o município vizinho de Cansanção, cujos habitantes também são beneficiados. O projeto é uma parceria entre Sebrae/BA, Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Itiúba, Banco do Brasil, EBDA e prefeituras de Itiúba e Cansanção.

Adaucy, que também coordena o programa Empreender em Itiúba, uma parceria entre Sebrae/BA e Associação Comercial, informa que são 370 tanques-rede instalados ao longo do açude. A idéia é reformular a unidade de beneficiamento existente para se produzir o filé do peixe, pois hoje somente 45% da tilápia é aproveitada. “Podemos aproveitar o osso para fazer farinha, as vísceras para fazer óleo e o couro para artesanato”, afirma Adaucy, lembrando que o quilo do pescado é vendido por R$ 5,00. Em 2009, o convênio da Conab com as associações atendeu 27 entidades comunitárias, beneficiando 3.480 famílias. Em 2010 serão atendidas 42 associações, num total de 4.860 famílias.

Segundo Arnaldo Oliveira, gestor do projeto pelo Sebrae/BA, a Instituição tem atuado no fortalecimento do associativismo, com cursos e palestras sobre cultura da cooperação, missões técnicas e consultorias tecnológicas. Adaucy confirma essas ações e lembra que o Sebrae viabiliza um engenheiro de pesca para orientar os pescadores sobre o manejo mais adequado, além de promover degustações em feiras regionais e a divulgação do produto. “O Banco do Brasil entrou com o financiamento dos tanques e a EBDA com a elaboração de projetos”, destaca Adaucy, lembrando ainda o importante apoio do DNOCS, que fornece de graça os alevinos (filhotes para a engorda).

A iniciativa está garantindo ocupação para os pescadores associados. É o caso de Joselito Batista da Silva, 35 anos, que está no projeto há dois anos e meio. Ele não vê a hora de terminar de pagar o financiamento para aumentar o lucro com a produção. Atualmente ele faz uma despesca de três em três meses, o que rende cerca de R$ 300,00 para cada família. Ele já participou de curso oferecido pelo Sebrae/BA e avalia que isso foi muito importante para melhorar a gestão do negócio.

Devido ao apoio de ações como essa, a prefeita de Itiúba, Cecília Carvalho, foi a segunda colocada em 2008 no Prêmio Prefeito Empreendedor, promovido pelo Sebrae.

Informações da Agência Sebrae

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