O quadro de candidatos não está fechado, mas dois postulantes aparecem com mais musculatura para encarar o desafio que se avizinha. Representando a atual diretoria, a prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria (PSB), deverá ser apoiada pelo atual presidente Luiz Caetano (PT). Atual vice-presidente da UPB, Quitéria destaca a aproximação dos prefeitos com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), além do auxílio técnico em projetos que ajudam na busca de recursos federais e estadual como conquistas da gestão.
A candidatura de Orlando Santiago (PSD), prefeito de Santo Estevão, emerge como capaz de fazer frente ao grupo da situação. Santiago presidiu a UPB no biênio 2007-2008, à época DEM. Ele conta também com o apoio do vice-governador, Otto Alencar, figura política com expressiva penetração no interior, condição que pode ser determinante para obtenção de votos na eleição.
“Não tenho o apoio apenas de Otto Alencar, tenho o apoio de outras figuras da política baiana, de outros partidos, que não preciso externar os nomes agora. Meu nome circula bem entre os políticos. Eu sou um político da velha guarda que nunca deixou de ser novo. Tanto é que tenho uma nova candidatura”, declarou Santiago ao site Bocão News.
Quitéria, mesmo pertencendo à atual gestão, aparece como a candidata da renovação. Ela pode ser a primeira mulher a presidir a entidade. “Estou no meu segundo mandato, Orlando acabou de entrar na gestão, para quem está no segundo mandato é menos complicado, é mais difícil se dedicar à UPB tendo que iniciar uma gestão no município. A UPB não é só uma estrutura física, exige, portanto, participação efetiva”, avalia.
Os dois postulantes carregam a bandeira do municipalismo como a principal meta. Questões como redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o novo pacto federativo integram a cartilha tanto de Quitéria quanto de Santiago. A busca agora é de quem vai conseguir reunir a força necessária para vencer o pleito.
Sobre os principais desafios da entidade, Santiago revela a preocupação em conscientizar cada prefeito do que é ser municipalista. “Daí por diante as coisas fluem e acontecem. Ser municipalista é não ter nada acima daquilo que lhe é de dever. Lutar para que o município não seja apenas uma referência: de que é lá que se nasce, se vive e se morre. Isto se tornou uma frase retórica”.
A prefeita de Cardeal da Silva lembra que a entidade desenvolveu diversos projetos no último biênio para contribuir com a conscientização dos gestores. Destaca a realização dos eventos em parceria com o TCM. Comenta ainda a necessidade de suporte técnico, vez que, as prefeituras de cidades menores não têm orçamento para contratar especialistas em áreas como direito e engenharia. “As marchas a Brasília em luta pelos repasses e compensação com as perdas de FPM também são fundamentais”.
“Temos que buscar trazer os técnicos para a realidade dos municípios menores. Por que a finança pública não difere se o município é maior ou menor. Nós precisamos transformar os municípios em autônomos. Precisamos fortalecer as associações e consórcios e a própria UPB para dar o suporte necessário para o desenvolvimento das cidades”.
A despeito de ter lançado a candidatura de Quitéria, Caetano pondera que o interessante seria chegar a um consenso. Para o prefeito de Camaçari, o importante é fortalecer a entidade. Questionado sobre Santiago representar a oposição, o petista declarou que “não representa uma candidatura oposição. Orlando já foi presidente da entidade, gostou de ser presidente, obviamente a UPB pegou um novo ritmo, e por causa disso temos várias pré-candidaturas”, revela.
Entre os prefeitos que buscam entrar na disputa estão também José Bonifácio, do PT (Rui Barbosa), Ricardo Machado, do PT (Santo Amaro), e Wilson Paes Cardoso, do PSB (Andaraí).