Na sexta-feira (27), às 11h, o corpo seguirá para o crematório da Santa Casa de Misericórdia, no Caju, zona norte do Rio. Um dos maiores ativistas da luta pela cidadania dos negros no Brasil, Abdias Nascimento morreu às 22h50 da última segunda-feira, 23, no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), aos 97 anos, vítima de complicações decorrentes de diabetes.
A cremação, agendada para as 13h30 de sexta-feira, será uma cerimônia restrita a familiares e amigos próximos. Em cumprimento a um desejo do próprio Abdias, suas cinzas serão levadas para a Serra da Barriga, em Alagoas, local do maior centro da resistência negra no Brasil, o Quilombo dos Palmares.
Nascido em 1914, no município de Franca (SP), Abdias Nascimento começou a luta pela igualdade racial ainda estudante, na capital paulista, onde em 1936 foi preso por protestar contra a exigência de entrar numa boate pela porta dos fundos, por ser negro. Em 1944, já vivendo no Rio de Janeiro, ele fundou o Teatro Experimental do Negro. Além de ator e dramaturgo, foi jornalista, escritor e artista plástico.
O ativista sofreu pressões durante a ditadura militar e ficou exilado 13 anos nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, Abdias Nascimento iniciou carreira política, foi deputado federal, nos anos 80, e senador, de 1991 a 1992 e de 1997 a 1999 pelo PDT.
A última homenagem em vida ao ex-senador foi a criação do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, lançado há 15 dias pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Com inscrições abertas até 19 de agosto, o prêmio vai contemplar as melhores reportagens sobre temas relacionados à população negra. Informações da Agência Brasil.